terça-feira, 11 de outubro de 2011

Reforma Administrativa - Porquê Juntas de Freguesia?

A proposta do governo de reforma administrativa é uma proposta pouco ambiciosa, tanto que o Sr. Secretário de Estado confessa que a poupança será pouca ou nenhuma. Isto deve-se, entre outros, ao facto da experiência autárquica do Sr. Secretário de Estado, ter prevalecido sobre a sua formação em engenharia.

O pragmático engenheiro, facilmente teria concluído, que NÃO HÁ DINHEIRO e, tal como fez o seu colega da cultura, perguntaria qual a parte da frase que os autarcas não entenderam.

Juntas de Freguesia a fazer prédios em Coimbra!
  
Biblioteca!!! (alguém tem noção de quantas bibliotecas existem por km2 em Coimbra e da média de utilização?).
 
E vem um  Presidente de Junta, com o nosso dinheiro fazer mais uma biblioteca?
 
Há gente a passar fome em Portugal! Já alguém notou?
  
Uma Junta que tem um autocarro (comprado em leasing), e instalado nas suas instalações um cabeleireiro, …EM COIMBRA!!!!
  
Juntas com N funcionários, que se formos investigar todos têm uma ligação mais ou menos profunda a algum dos membros da Junta! Sabemos isto e quando NÃO HÁ DINHEIRO a ponto de termos que cortar nos meios auxiliares de diagnóstico, vamos continuar a pactuar?
  
PORQUÊ?

E depois vem o Sr. Secretário de Estado falar da desertificação do interior!?

E depois crucificamos o Dr. Alberto João Jardim?

As Juntas que não têm estes visionários, a maioria, ou não serve para nada, para além das tradicionais licenças de canídeo (colocam-se disponíveis no multibanco tal qual as licenças de caça numa semana!) e dos 3º mundistas atestados de residência e pobreza, havendo as, como a minha, que acham que estar abertas ao público 2 horas por semana, à hora de jantar, é suficiente, ou as que tendo recursos próprios que poderiam ser aproveitados para suprir outras necessidades básicas, fizeram piscinas e casas de cultura que um dia destes se verão obrigadas a transformar em caros lagos de peixes vermelhos e luxuosas “Sopas dos Pobres” !
  
Por isso e antecipando-me à troika, propus há cerca de 4 anos, no livro de reclamações e em correspondência enviada ao IGAT a extinção da minha freguesia, até porque existe a menos de 1 KM a sede de outra Junta a funcionar exactamente nos mesmos moldes. Somos um país rico!
  
Quando nos vamos deixar de bairrismos saloios? Num tempo em que é cada vez mais visível que se a UE, não tiver políticos com pragmatismo e competência para criar em definitivo os "Estados Unidos da Europa", o futuro de todos será  no mínimo muito sombrio. Quando Carla Bruni já se limpa a atoalhados portugueses, o Sistema Operativo do PDA onde lê os mails do Sr. Sarkozy, foi adaptado do Windows original em Portugal por portugueses e se quiser calçar os melhores sapatos europeus terão que ser portugueses, em vez de nos preocuparmos em aumentar indefinidamente esta lista, pois disso depende o nosso futuro como estado com importância decisiva na construção europeia, andamos preocupados em fazer um "elefante branco" maior para que a minha "paróquia" não fique atrás da do vizinho!
  
Depois ficamos todos zangados quando nos comparam aos gregos! É com atitudes e não com palavras que temos que marcar essa diferença!
 
Ainda gostava que os presidentes de câmara, o de Arganil por exemplo, que está preocupado com a possível extinção da freguesia do Piódão, porque fica a 20 km, me explicassem, retirando os famigerados e pouco credíveis atestados, em quê os habitantes locais ficariam prejudicados com a extinção. A verdade é que HOJE se um deles quiser rebocar o palheiro, ou a casa das batatas é obrigado a vir à câmara tirar a respectiva licença de obras! Nem isso se faz na Junta!
 
Não seria muito mais útil para as populações, (já que parece haver folga para manter o nível de serviço publico), aproveitando as sedes das Juntas (quase todas próprias como é normal num país rico!), e alguns funcionários que passariam a funcionários municipais, aproveitando a filosofia das lojas do cidadão e as potencialidades das novas tecnologias, substituir TODAS as Juntas por quiosques do cidadão, que para além de, na mesma filosofia das extintas extensões de centro de saúde, serem uma extensão da secretaria municipal evitando assim sim algumas deslocações à sede do concelho e simultaneamente, através da celebração de protocolos com CTT, EDP, CGD e outras empresas prestadoras de serviços públicos garantirem às populações, nomeadamente e sobretudo aos idosos, o acesso local a serviços que hoje lhes são inacessíveis incluindo o pagamento local das pensões?

A isto chamaria eu pensar primeiro nas pessoas.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Reforma Administrativa


Reduzir ou cortar no poder local será uma forma de agir que, não só será difícil de explicar como, porque não implicará reforma de mentalidades, resultará na deterioração dos serviços a prestar aos cidadãos.
Sempre que o poder político se tem metido nas chamadas reformas tem pensado primeiro no seu umbigo, isto é, tem pensado na opinião dos barões, dos caciques e de outros lobbies, que sempre que se fala em tocar nos seus sagrados interesses se apressam a correr para a comunicação social anunciando o holocausto.
Tem-se esquecido os políticos que quem vota é a maioria silenciosa dos cidadãos e não os barulhentos barões ou caciques, que a iliteracia política da maioria dos portugueses é facto de há 30 anos atrás, pois à evolução colossal das tecnologias da comunicação correspondeu uma consciencialização e formação da opinião dos portugueses, tirando força a caciques e outros lobbies de interesses. Essa é uma das razões porque continuam a fazer tanto barulho.
Qualquer reforma só resultará se pensar primeiro nas pessoas. Independente de regionalismos ou clubismos doentios, que são sempre mais publicidade enganosa de quem se consegue fazer ouvir, que o sentir genuíno da maioria, se os cidadãos sentirem que se lhes passou a prestar um melhor serviço, e que as reformas, devidamente explicadas, lhes facilitam a vida, não só aceitarão, como recompensarão com a sua confiança quem tiver a coragem de as levar à prática.
Só quem anda distraído ou defende outros interesses que não os das populações, ainda não viu que o papel das juntas de freguesia no quotidiano das pessoas é de tal forma irrisório que não justifica de forma nenhuma o investimento. A maioria das juntas limita-se ao trabalho administrativo de licenciar os canídeos e passar atestados de pseudo pobreza ou residência e as outras prestam serviços da competência do município ou de instituições de solidariedade social, para o que as juntas de freguesia, não têm, nem devem ter vocação. Nem o papel de representação democrática das populações é correctamente exercido, uma vez que a maioria dos presidentes de junta obedece à disciplina partidária no grupo da Assembleia Municipal e quando oposição à Câmara a sua voz tem menos efeito que o sermão de Santo António aos peixes.
Tem a grande maioria das juntas de freguesia, para alem de sede própria pelo menos um funcionário administrativo e pelo menos um computador com ligação à internet. Assim, sem grande investimento financeiro, a substituição das juntas de freguesias por um organismo de apoio às populações, dependente do município, criado dentro do conceito das lojas do cidadão, onde, para alem de funcionar como extensão da secretaria municipal, através de protocolos com os CTT, a EDP, a PT e outras empresas prestadores de serviços públicos, seriam prestados serviços que hoje representam para a maioria dos portugueses, sobretudo os das zonas rurais e interiores, um foco de dificuldades e perda de tempo, e representaria para as mesmas populações um valor acrescentado, relativamente aos serviços hoje disponibilizados pelas juntas de freguesia.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Anjinhos!

Depois das férias começa a gritaria, o Governo começa a mexer e pelos vistos as férias não foram suficientes para os nossos ministros pararem para reflectir e começarem a corrigir alguns erros.

É certo que existe um calendário apertado, e tal como vaticinou o anterior ministro das finanças este governo não teve sequer tempo para se sentar, mas mesmo assim acho que podiam ter feito melhor.

É politicamente errado anunciar subidas de impostos todas as semanas. Só um anjinho o faz e começa-se a notar que politicamente falando alguns ministros só lhe faltam as asinhas!

Tem faltado explicações e justificações para a maioria das decisões, e a promessa de não se justificar com os erros do passado não pode ser levada ao fundamentalismo, pois isso é branquear o que em muitos casos não deve ser branqueado. Mais explicações precisam-se sobre as facturas não contabilizadas no Instituto do Desporto, isto para só dar um exemplo.

Prometeu-se que a correcção das contas publicas ia ser feita à custa de 1/3 de receita e 2/3 do lado da despesa. Já conhecemos donde vai vir a receita, quanto aos cortes na despesa só temos generalidades e meia dúzia de conferencias de imprensa a protelar para mais tarde a especificação desses cortes. 

E quando se começa a anunciar, como foi o caso da saúde diz-se que se fazem transplantes de mais em Portugal, esquecendo que 10 anos de hemodiálise são incomparavelmente mais caros que o transplante de um rim, mesmo com todos os incentivos que se têm dado aos hospitais e às equipas de saúde. Que se fazem TAC's e análises a mais! Pergunto, será que se fazem exames auxiliares de diagnóstico a mais, ou debitam-se a mais? Em Coimbra correm "à boca pequena" estórias do carniceiro que entregava um camião de carne e debitava 3, de material cirúrgico debitado 1.000%  acima do preço de mercado e o certo é que pelo menos um pequeno fornecedor local apresenta sinais exteriores de riqueza acima do normal. Pela amostra podemos imaginar os grandes! Quem já não foi ao hospital e viu deitar para o lixo sacos de compressas esterilizadas novas? Não se pede que aproveitem as compressas, com a saúde não se brinca; mas não deveria existir mais que um tamanho de embalagens de compressas? E espanto dos espantos sobre um maior controlo das contas dos hospitais e novas formas de abastecimento não ouvimos uma palavra do Dr. Paulo Macedo. Até parece que a culpa é dos doentes e acusar os médicos nos hospitais de despesistas acho que não será a melhor forma de resolver o problema. Crie mas é uma central de compras para os produtos de maior consumo, compre para todo o país, através de concursos internacionais transparentes e verá quanto poupa. E isso sim é poupança sem diminuir a qualidade do serviço.

Aumentaram-se os transportes, mas sobre a quantidade de administradores da REFER, da CARRIS e do METRO e as pornográficas mordomias que auferem nem uma palavra. Imagino que não passarão incólumes,  mas é de anjinho não aproveitar para com uma mão lavar a outra!

É certo que quem dá uma olhada pelo Facebook, tem notado um aumento de apelos mais ou menos velados à violência nas ruas, tentando trazer para Portugal o que recentemente se passou noutros países, mas é mais uma vez de anjinho que o Primeiro Ministro se tenha referido a isso como o fez. É errado falar de fósforos quando começa a cheirar a gasolina! Estas coisas não se resolvem com palavras e seria mais correto já ter resolvido os problemas no SIS, que poderia dar uma ajuda no diagnóstico correto desse problema, se é que ele realmente existe e não são só palavras. E diz sabiamente o povo " para palavras loucas ouvidos moucos"!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Buraco negro

Colossal ou não a verdade é que mais uma vez o governo de Sócrates não estava a cumprir com o prometido, e de derrapagem em derrapagem caminharíamos rapidamente para, esse sim um buraco de onde dificilmente sairíamos.
 
Para quem no início do mandato tanto falou de trapalhadas, conseguiu meter-nos numa trapalhada, que não fosse a percepção de Passos Coelho, de que, de PEC em PEC o que se estava era a navegar à vista, sem  nenhuma visão de futuro, apenas ligando mais uma "bomba" quando o nível da água subia,  quando déssemos conta já seria tarde, o "navio" estaria a pique!  
Compreende-se o nervosismo de alguma comunicação social habituada a benesses que agora podem fugir, compreende-se  também que quando o governo está a actuar sobre a pressão de um programa com calendário apertado, não se dê conta de tudo e sobretudo não arranje tempo para explicar tudo explicadinho, como devia, pois são grandes os sacrifícios pedidos e os portugueses terão que compreender para apoiar, até porque "gato escaldado de água fria tem medo".
 
Não foram tão bem explicadas como deviam as isenções do imposto extraordinário, e é um facto que mais uma vez quem paga é a classe média, cada vez menor em Portugal. Só nos anos de governo de Sócrates o número de trabalhadores com o salário mínimo duplicou, duplicando também o número de portugueses no limiar da pobreza e este imposto prossegue nesse caminho. Também foi feita muita poeira desnecessária à volta do seu cálculo. Ainda está por explicar a aparente "inflação" de administradores no banco do estado, a CGD, sobretudo quando é sabido que há ramos de negócios que vão ser alienados ou privatizados, sendo pertinente perguntar se com menos negócios porquê mais administradores?
 
Também na educação se deixou fazer barulho demais à volta da avaliação de professores, nem sempre foram usadas as frases mais corretas e não se entende que a maioria dos professores tenham de passar a suas férias a preencher grelhas e relatórios sem qualquer utilidade prática. Podia ter-se arranjado uma solução mais pragmática.
Estão naturalmente em "banho de maria" as definições para o inicio do próximo ano lectivo, nomeadamente, a abertura de novos cursos, que são uma necessidade e se calhar não teria sido descabido adiar por 30 dias todos os procedimentos relativos ao próximo ano lectivo. Não morreria ninguém por isso e seria melhor do que deixar andar o barco quando tudo aponta para uma mudança significativa de rota.
 
Este governo não pode descurar que durante os últimos seis anos foi montada em toda a administração publica uma máquina hostil, que quanto mais não seja por instinto de sobrevivência tentará colocar o máximo de pedras na engrenagem até porque são por natureza alérgicos à mudança, ou porque não têm competência para a implementar, ou porque se julgam "donos" das múltiplas quintinhas que por esses ministérios e direcções proliferam.
 
É necessário ouvir as pessoas certas, a "acender" algumas luzes de alarme, para todos, governo incluído, visualizarmos o caminho mais curto para sair deste "buraco negro" em que, também por culpa própria, acabámos por cair.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Lixo

Mal tinha começado a governar, e quando se nota um toca a reunir em torno do Governo como há muito não se via, eis que uma agência de rating, a mando dos interesses americanos  para tentar defender um dólar em queda, que de mês para mês tem vindo a perder prestígio e cotação face ao euro, e uma economia americana que tarda em livrar-se dos interesses mafiosos de certos lobies e corre o risco de entrar em incumprimento, isto é, durante o mês de Agosto, se o alargamento do limite de endividamento não for aprovado por um congresso onde os democratas de Obama não têm maioria, o governo americano não terá dinheiro suficiente para honrar os seus compromissos financeiros, classificou a dívida portuguesa de lixo. Estranhamente, ou pelo contrário, apenas confirmando esta análise, afirmações subsequentes da S&P, a agência que mais mexe com os mercados, são de sentido contrario, considerando mesmo que Portugal vai conseguir cumprir e honrar os seus compromissos.

Um murro no estômago, como lhe chamou o primeiro ministro, pois esta classificação além de injusta nada tem a ver com Portugal ou com a forma como atualmente estamos a ser governados, mas com uma guerra sem quartel do dólar contra o euro, em que, tal como nas guerras convencionais se começam por atacar os flancos. O que seria de esperar é que apercebendo-se do perigo os "generais" mandassem imediatamente reforçar os flancos atacados, mas o que assistimos, apesar do apoio expresso do BCE, foi a um silêncio comprometedor e comprometido quer de Merkel  quer de Sarcozy, que terão deixado de cabelos em pé aos Senhores Delors e Cool, eles que com Mário Soares tanto fizeram para construir uma Europa unida que uma cambada de incapazes tende a deixar desacreditar e a desagregar.

Internamente nem o anuncio do corte de metade do subsídio de natal acabou com o estado de graça do governo, apesar da campanha de desinformação dos habituais mal dizentes, porque, que eu tenha ouvido, nunca Pedro Passos Coelho disse que não mexeria no subsidio de natal, mas confrontado com afirmações de que o PSD pensaria ACABAR com o 14º mês, classificou tal afirmação de um perfeito disparate. Acho que pode continuar a dizer o mesmo. Foi bonito como portugueses de todas as ideologias se reuniram à volta do governo numa ação concertada contra a Moody's a fazer lembrar a mobilização aquando da campanha pela independência de Timor. Com este espírito, que um governo bem construido soube criar em tão pouco tempo, nem as cretinisses da Sra Merkel, que esperemos não passe das próximas eleições alemãs, nem o seguidismo parolo do Sr. Sarcozy nos vencerão.

sábado, 2 de julho de 2011

Agora vamos trabalhar

Terminada a discussão do programa de  Governo, chegou a hora deste governo, em quem tantos portugueses confiam, começar a mostrar o que vale.
 
Gostei das declarações de intenção, nomeadamente dos ministros da Economia e da Educação mas notei o que vai ser o "calcanhar de aquiles" deste governo. Sem traquejo político vai por vezes falhar a comunicação, o explicar às pessoas as medidas tomadas ou a tomar, o jeito, que se aprende, para nas declarações sobre assuntos de que não existe a informação toda, deixar janela para no outro dia dizer quase o contrário sem correr o risco de se contradizer. Miguel Relvas poderá dar aqui uma ajuda preciosa.
 
Nos próximos tempos vamos assistir ao arrumar da casa, mas não esperemos milagres " Roma e Pavia não se fizeram num dia" . O  orçamento de estado para 2012 vai começar a ser preparado em Setembro/Outubro e como é óbvio vai continuar a ser muito restritivo.
 
Tenho esperança que já em 2012 se comecem a sentir os resultados de uma outra forma de fazer política. Recuso-me a acreditar que, depois das denúncias públicas que têm vindo a lume, Paulo Macedo não queira saber porque , dando só um pequenino exemplo, os hospitais compram mil agulhas e pagam 10€ a unidade, quando uma unidade da mesmíssima agulha comprada na farmácia custa 1€.  Que o Álvaro, como gosta que o tratem, não vá saber o que se passa com a Estamo e o polvo que parece existir à volta da alienação do nosso Património. O dinheiro que se vai poupar pondo fim ao enriquecimento ilícito que gravita na orbita das compras, adjudicações e alienações do Estado, dará uma boa margem para cumprir com tranquilidade a execução orçamental e o acordo com os nossos parceiros europeus.
 
Espero também que este governo não se esqueça de olhar para trás para as falhas do passado, e tirar daí os necessários ensinamentos, que se lembrem e ouçam Costa Freire, o secretário de estado de Leonor Beleza, e percebam o que acontece a quem se mete com os grandes interesses instalados, porque como é óbvio, e à falta de melhor, quando o governo começar a mexer no saco, todos os "gatos" vão sair assanhados, e então vamos ver todos os dias, esparramado na 1ª página dos jornais que o ministro X matou um pintassilgo quando andava na primária e que o secretário Y se esqueceu de pagar a licença do cão. Aliás a cena já começou com o Secretário de Estado da Cultura, veio dizer que os subsídios vão ter em conta as receitas de bilheteira, alguém já deve estar assustado.
 
As leis, normas e procedimentos existentes não permitem fazer uma gestão tipo privada da coisa pública mesmo que isso implique gastar o dobro e deixar portas escancaradas para toda a espécie de roubos e falcatruas, por isso aos governantes pede-se coragem para mudar leis, declarar o estado de sítio se a isso forem obrigados, mas por Deus salvem Portugal.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Temos homem!

Com um golpe de mestre Pedro Passos Coelho passou uma esponja sobre o "borrão" Nobre e vinte e quatro horas depois já ninguém se lembra.
Quando já se perfilavam os barões e baronetes do costume, tal abutres a sobrevoar a presa, duma só cajadada matou três coelhos. Resolveu o problema da presidência do parlamento, fazendo esquecer o dia anterior, conseguiu um enorme consenso, continuando a apostar na juventude num lugar tradicionalmente ocupado por seniores e começou a dar às mulheres o protagonismo que desde sempre mereceram.

De surpresa em surpresa começa a desenhar-se uma imagem e uma forma de atuação que fazem lembrar o estadista que no inicio da década de 80 governou Portugal por nove meses, e se os delatores o acusam de hipocrisia quando, como hoje, mandou passar os bilhetes para Bruxelas de executiva para económica, é porque já esqueceram que estas atitudes não são sequer pensadas para fazer este ou aquele efeito, saem naturalmente a quem tem da vida e da forma de estar um sentido de justiça e de integridade moral, infelizmente pouco habituais nos políticos portugueses.

Esta forma simples de se relacionar com as pessoas e também com os apoiantes no partido foi bem visível na ultima campanha eleitoral e andava arredia do PSD há muitos anos. E ninguém lhe bateu nem ninguém lhe passou por cima como pareciam ter medo os anteriores lideres, assim como ninguém o vai insultar nem atirar com ovos no avião da TAP quando daqui a alguns meses tiver que tomar medidas menos simpáticas. Os lideres com esta postura, por estranho que possa parecer, conquistam das pessoas um respeito que os narizes empinados nunca conseguem ganhar.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Fotografia!

Hoje, primeiro dia desta legislatura, Paulo Portas não ficou bem na fotografia.
 
Não gosto de Fernando Nobre, acho que Portas tem razão quando acha que não deve votar nele, pois a forma como se comportou na candidatura a Belém é difícil de engolir e também considero que Nobre não tem perfil, nem "treino" para o lugar, mas acho sobretudo que Portas só tinha duas hipóteses: - ou conseguia convencer Passos Coelho a voltar a trás e em conjunto tinham, em tempo útil, encontrado uma solução para o caso, ou não o conseguindo, como não conseguiu, tinha de garantir a eleição de Nobre.
 
Admito que não tivesse votado na 1ª volta, para marcar posição, mas à segunda não se entende nem se admite. Era difícil "engolir" o candidato  Nobre?  Por acaso Paulo Portas já se esqueceu do director do Independente dos anos 90? Quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras ao vizinho, muito menos ao parceiro de coligação.

Hoje mais que Fernando Nobre, o PSD ou Passos Coelho, foi Paulo Portas que ficou muito mal na fotografia, pois fez figura de menino birrento, em quem se não pode confiar e Portugal e os portugueses, depois de se livrarem das socratices não mereciam um inicio destes.

Espero que a Doutora Helena Sacadura Cabral lhe dê um valente puxão de orelhas Dr. Paulo Portas.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Fumo Branco

Muito bem senhor Primeiro Ministro. Portugal precisa de mais acção e menos conversa. Com uma discrição; mas sobretudo com uma celeridade a que já não estávamos habituados, Pedro Passos Coelho deixou os jornalistas a falar sozinhos; mas não o tempo suficiente para criarem ondas de choque que fizessem estragos, e apresentou o mais curto e também o mais jovem governo desde o 25 de Abril.

Não conheço os principais ministros, mas agrada-me muito o que li sobre a sua competência académica e profissional e acho de somenos importância a tão propalada falta de traquejo político. É que  neste país estamos habituados a que traquejo político seja quase sempre sinónimo de ligações mais ou menos disfarçadas a grupos de pressão, a lobies por norma pouco transparentes e por isso a defender interesses obscuros.

Adorei as ideias do Ministro da Educação. Os professores passavam a vida a reclamar que o ministro deveria ser um professor. Este foi professor do Secundário, é professor Universitário e um pai exigente. É contra o atual sistema de avaliação dos professores porque entre outros defeitos os pressiona a inflacionar as notas e a passar alunos que deveriam ser retidos. Sobre o estado do ensino acha nomeadamente que: - "o ministério deixou-se dominar por uma série de teorias totalmente ineficazes sobre a aprendizagem, teorias românticas de que a criança deve aprender só o que gosta, que quando gosta aprende por si, que a disciplina vem de gostar da escola...". Força Sr. Ministro e que as mãos não lhe doam! Portugal agradece.

Para a escolha do Ministro das Finanças não deve ter sido alheio o facto da sua boa imagem junto do BCE e por arrasto junto das Instituições Europeias o que, depois de termos um ministro que foi considerado o pior ministro das finanças da UE, e numa altura em que temos pela frente anos de complicadas negociações, será a sua maior vantagem.

O facto da Ministra da Agricultura não saber como se planta uma batata (será que não sabe?) e do Ministro da Economia nunca ter gerido uma empresa, também não me parece grave, pois a classe política já demonstrada por ela e o brilhante currículo e visão de fora, de quem não tem vivido no país mas tem estado muito atento, dele, aliada à juventude e garra de ambos, são garantia de boas prestações.

Os outros são mais conhecidos, e um grupo promissor e homogéneo da nova geração de políticos. Faço minhas as palavras de Miguel Relvas: - "Se este Governo falhar quem falha é Portugal e este Governo não pode falhar. "

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pessoas!

Quando toda a gente tenta adivinhar os nomes do futuro governo de Portugal, não vou juntar-me ao grupo, e pôr-me aqui armado em adivinho e muito menos juntar-me a qualquer lobby; pois não tenho interesses a defender, ou melhor, tenho os mesmos interesses que todos os portugueses, e que são os de que Portugal passe a ser governado com decência e competência, de forma a que daqui a duas décadas, não sejamos o país mais pobre da UE, mas pelo contrário pertençamos ao grupo dos mais prósperos.

Quero, no entanto aproveitar esta pausa, em que na mais correta das reservas PSD e CDS negoceiam o acordo político que vai servir de base à coligação e o programa do próximo governo, para falar de duas pessoas qualquer delas mais controversa que a outra.

Gostei da posição de  Passos Coelho sobre a não inclusão nas listas de Pacheco Pereira, ele que nas anteriores eleições tinha sido vitima  da falta de senso de Ferreira Leite, quiçá aconselhada pelo venenoso Pacheco, que na anterior direcção tinha influência de peso. Toda a gente sabe que se o PSD não fosse, como é, a imagem real deste país de brandos costumes, há muito que o Pacheco tinha levado um chuto no rabo e sido atirado porta fora, como aliás fazem por muito menos o PCP ou até mesmo o PS, assim como, se a barba do dr. Pacheco Pereira significassem um pouco de vergonha na cara, ele mesmo teria tomado, também há muito, a iniciativa de sair. Ficaria portanto muito mal ao Dr. Passos Coelho tomar a iniciativa de o incluir nas listas de deputados, revelando a intenção de não se opôr caso fosse indicado uma atitude digna do líder de todos os militantes.

Foi ventilado, na dança de nomes de ministeriáveis, o nome de Pedro Santana Lopes. Apesar de não acreditar que seja um dos nomes que vamos ouvir quando for anunciada a composição do governo, quero aqui deixar expressas duas ideias sobre o assunto. A primeira é que acho que Pedro Santana Lopes tem a humildade e o sentido de missão suficientes para aceitar ser ministro de Passos Coelho, apesar de já ter sido Primeiro Ministro. A segunda é que, defendendo eu que este governo deve ser composto pelos melhores, não me chocaria a ideia de o ver incluído. Apesar dos muitos erros que cometeu, e pelos quais pagou um preço demasiado alto, Pedro Santana Lopes fez um óptimo lugar de Presidente da Câmara da Figueira da Foz, sendo maldizentes e falsas as vozes que o acusam de só ter feito obra de fachada. Ainda hoje voltaria a ganhar as eleições. Se se recordam, foi assessor de Sá Carneiro, que só sabia trabalhar com os melhores, e mais recentemente, dadas as circunstancias, portou-se brilhantemente como líder parlamentar do PSD.

Por tudo isto, esta seria uma escolha polémica, como vão ser certamente muitas das escolhas de Passos Coelho, mas não seria por ela que choveriam críticas, pois elas vão chover da mesma forma, dos mesmos Barões do costume que se vão sentir preteridos, mas também não seria por ela que a eficácia do governo sairia comprometida.

Esperemos para ver.

domingo, 5 de junho de 2011

MUDAR

Os portugueses expressaram hoje de forma inequívoca, que acreditam em Pedro Passos Coelho como a última esperança para fazer regressar Portugal ao caminho do progresso, para fazer que o país apanhe novamente o comboio da Europa, e que querem um Governo liderado pelo PSD em coligação com o CDS. Pela primeira vez os dois partidos cresceram em simultâneo e juntos dispõem de uma maioria  alargada o suficiente para estar a salvo de eventuais contingências do percurso.
A primeira tarefa será formar um governo que mereça só por si o reconhecimento nacional, mas sobretudo a confiança dos agentes económicos, por forma a rapidamente gerar as sinergias que consigam tirar a economia da letargia em que caiu, e assim ser a alavanca para ajudar a resolver os graves problemas que o país enfrenta.
Espera-se de Passos Coelho que faça depressa e bem, pois o país não pode esperar, e se é certo que não se pode distribuir o que se não tem, espera-se que não esqueça as preocupações sociais que Sá Carneiro, também ele a governar em situação gravosa, nunca esqueceu.
O partido social democrata que recebemos por herança, deve promover a justiça social, e como tal não pode pactuar com políticas que promovam os parasitas, mesmo que disfarçados de coitadinhos, mas também não pode dispensar o estado da responsabilidade de ser solidário com os que involuntariamente caiam em situação de necessidade.
Cada dia dos nove meses do governo de Francisco Sá Carneiro foram lições de vida para todos nós. Que Pedro Passos Coelho tenha assimilado na integra esses ensinamentos e os consiga por em prática são os meus votos.

sábado, 4 de junho de 2011

Editorial

Militante do PSD desde 17 de Abril de 1975 tive o privilegio de conhecer pessoalmente Francisco Sá Carneiro o que fez com que, depois do seu trágico desaparecimento, os meus parâmetros de avaliação da classe política se tenham mantido altos e consequentemente tenha diminuído até ao pagamento das quotas a minha actividade política.

Acho hoje que não foi a atitude mais correcta porque fiz o mesmo que a maioria dos ativistas políticos que entre 75 e 95 mantiveram a funcionar os partidos políticos e esse abandono permitiu a ocupação dos aparelhos partidários por "gentinha" na sua maioria tão incompetentes como oportunistas, tão desonestos como corruptos.

Excluindo o PCP este abandono da militância activa foi transversal a todos os partidos, ao que se juntou uma falta de ética da comunicação social que tem tido como único objetivo a sua própria sobrevivência mesmo que para isso tenha que passar por cima de direitos fundamentais da pessoa humana. Foram inúmeros os julgamentos em praça pública, alguns deles tão patéticos como injustos, tão infundados como cruéis.

Criou-se também a ideia que os políticos ganham demais mas o certo é que qualquer advogado de província com uma carteira de clientes minimamente estável, não aceita ser ministro quanto mais deputado. Juntando a isso a devassa infundada da vida privada a que qualquer político fica sujeito, a classe política, salvo raríssimas excepções foi-se reduzindo a ex-funcionários públicos, que não são prejudicados nas suas carreiras, ou a gente que na vida ainda não mostrou ter valor para estar à frente dos destinos do país. Isto é, o nosso deixar andar, e a verborreia de alguns, entregaram este país a um bando de incompetentes e aventureiros.

Quando o país bateu no fundo, e corremos o risco real, de não conseguirmos pagar as dívidas e sermos corridos do Euro, o que significaria um retrocesso de 30 anos no nosso nível de desenvolvimento, eis que surge uma ténue esperança que teremos de saber agarrar com as duas mãos. Pedro Passos Coelho é pela sua formação, origem e educação, neste momento, a última esperança de conseguirmos reencontrar o caminho do progresso, assim ele saiba e consiga juntar à sua volta uma equipa que esteja alguns furos acima, em termos de competência, das que nos últimos dezasseis anos nos governaram.

Porque acredito, mas sobretudo tenho esperança, que o vai conseguir, para bem de Portugal e dos portugueses, resolvi criar este blogue que quero seja um espaço de reflexão, de crítica construtiva, de propaganda e espero que muitas vezes também de exaltação das medidas e da atuação do Governo que amanhã os portugueses vão eleger.