Colossal ou não a verdade é que mais uma vez o governo de Sócrates não estava a cumprir com o prometido, e de derrapagem em derrapagem caminharíamos rapidamente para, esse sim um buraco de onde dificilmente sairíamos.
Para quem no início do mandato tanto falou de trapalhadas, conseguiu meter-nos numa trapalhada, que não fosse a percepção de Passos Coelho, de que, de PEC em PEC o que se estava era a navegar à vista, sem nenhuma visão de futuro, apenas ligando mais uma "bomba" quando o nível da água subia, quando déssemos conta já seria tarde, o "navio" estaria a pique!
Compreende-se o nervosismo de alguma comunicação social habituada a benesses que agora podem fugir, compreende-se também que quando o governo está a actuar sobre a pressão de um programa com calendário apertado, não se dê conta de tudo e sobretudo não arranje tempo para explicar tudo explicadinho, como devia, pois são grandes os sacrifícios pedidos e os portugueses terão que compreender para apoiar, até porque "gato escaldado de água fria tem medo".
Não foram tão bem explicadas como deviam as isenções do imposto extraordinário, e é um facto que mais uma vez quem paga é a classe média, cada vez menor em Portugal. Só nos anos de governo de Sócrates o número de trabalhadores com o salário mínimo duplicou, duplicando também o número de portugueses no limiar da pobreza e este imposto prossegue nesse caminho. Também foi feita muita poeira desnecessária à volta do seu cálculo. Ainda está por explicar a aparente "inflação" de administradores no banco do estado, a CGD, sobretudo quando é sabido que há ramos de negócios que vão ser alienados ou privatizados, sendo pertinente perguntar se com menos negócios porquê mais administradores?
Também na educação se deixou fazer barulho demais à volta da avaliação de professores, nem sempre foram usadas as frases mais corretas e não se entende que a maioria dos professores tenham de passar a suas férias a preencher grelhas e relatórios sem qualquer utilidade prática. Podia ter-se arranjado uma solução mais pragmática.
Estão naturalmente em "banho de maria" as definições para o inicio do próximo ano lectivo, nomeadamente, a abertura de novos cursos, que são uma necessidade e se calhar não teria sido descabido adiar por 30 dias todos os procedimentos relativos ao próximo ano lectivo. Não morreria ninguém por isso e seria melhor do que deixar andar o barco quando tudo aponta para uma mudança significativa de rota.
Este governo não pode descurar que durante os últimos seis anos foi montada em toda a administração publica uma máquina hostil, que quanto mais não seja por instinto de sobrevivência tentará colocar o máximo de pedras na engrenagem até porque são por natureza alérgicos à mudança, ou porque não têm competência para a implementar, ou porque se julgam "donos" das múltiplas quintinhas que por esses ministérios e direcções proliferam.
É necessário ouvir as pessoas certas, a "acender" algumas luzes de alarme, para todos, governo incluído, visualizarmos o caminho mais curto para sair deste "buraco negro" em que, também por culpa própria, acabámos por cair.
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