quarta-feira, 22 de junho de 2011

Temos homem!

Com um golpe de mestre Pedro Passos Coelho passou uma esponja sobre o "borrão" Nobre e vinte e quatro horas depois já ninguém se lembra.
Quando já se perfilavam os barões e baronetes do costume, tal abutres a sobrevoar a presa, duma só cajadada matou três coelhos. Resolveu o problema da presidência do parlamento, fazendo esquecer o dia anterior, conseguiu um enorme consenso, continuando a apostar na juventude num lugar tradicionalmente ocupado por seniores e começou a dar às mulheres o protagonismo que desde sempre mereceram.

De surpresa em surpresa começa a desenhar-se uma imagem e uma forma de atuação que fazem lembrar o estadista que no inicio da década de 80 governou Portugal por nove meses, e se os delatores o acusam de hipocrisia quando, como hoje, mandou passar os bilhetes para Bruxelas de executiva para económica, é porque já esqueceram que estas atitudes não são sequer pensadas para fazer este ou aquele efeito, saem naturalmente a quem tem da vida e da forma de estar um sentido de justiça e de integridade moral, infelizmente pouco habituais nos políticos portugueses.

Esta forma simples de se relacionar com as pessoas e também com os apoiantes no partido foi bem visível na ultima campanha eleitoral e andava arredia do PSD há muitos anos. E ninguém lhe bateu nem ninguém lhe passou por cima como pareciam ter medo os anteriores lideres, assim como ninguém o vai insultar nem atirar com ovos no avião da TAP quando daqui a alguns meses tiver que tomar medidas menos simpáticas. Os lideres com esta postura, por estranho que possa parecer, conquistam das pessoas um respeito que os narizes empinados nunca conseguem ganhar.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Fotografia!

Hoje, primeiro dia desta legislatura, Paulo Portas não ficou bem na fotografia.
 
Não gosto de Fernando Nobre, acho que Portas tem razão quando acha que não deve votar nele, pois a forma como se comportou na candidatura a Belém é difícil de engolir e também considero que Nobre não tem perfil, nem "treino" para o lugar, mas acho sobretudo que Portas só tinha duas hipóteses: - ou conseguia convencer Passos Coelho a voltar a trás e em conjunto tinham, em tempo útil, encontrado uma solução para o caso, ou não o conseguindo, como não conseguiu, tinha de garantir a eleição de Nobre.
 
Admito que não tivesse votado na 1ª volta, para marcar posição, mas à segunda não se entende nem se admite. Era difícil "engolir" o candidato  Nobre?  Por acaso Paulo Portas já se esqueceu do director do Independente dos anos 90? Quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras ao vizinho, muito menos ao parceiro de coligação.

Hoje mais que Fernando Nobre, o PSD ou Passos Coelho, foi Paulo Portas que ficou muito mal na fotografia, pois fez figura de menino birrento, em quem se não pode confiar e Portugal e os portugueses, depois de se livrarem das socratices não mereciam um inicio destes.

Espero que a Doutora Helena Sacadura Cabral lhe dê um valente puxão de orelhas Dr. Paulo Portas.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Fumo Branco

Muito bem senhor Primeiro Ministro. Portugal precisa de mais acção e menos conversa. Com uma discrição; mas sobretudo com uma celeridade a que já não estávamos habituados, Pedro Passos Coelho deixou os jornalistas a falar sozinhos; mas não o tempo suficiente para criarem ondas de choque que fizessem estragos, e apresentou o mais curto e também o mais jovem governo desde o 25 de Abril.

Não conheço os principais ministros, mas agrada-me muito o que li sobre a sua competência académica e profissional e acho de somenos importância a tão propalada falta de traquejo político. É que  neste país estamos habituados a que traquejo político seja quase sempre sinónimo de ligações mais ou menos disfarçadas a grupos de pressão, a lobies por norma pouco transparentes e por isso a defender interesses obscuros.

Adorei as ideias do Ministro da Educação. Os professores passavam a vida a reclamar que o ministro deveria ser um professor. Este foi professor do Secundário, é professor Universitário e um pai exigente. É contra o atual sistema de avaliação dos professores porque entre outros defeitos os pressiona a inflacionar as notas e a passar alunos que deveriam ser retidos. Sobre o estado do ensino acha nomeadamente que: - "o ministério deixou-se dominar por uma série de teorias totalmente ineficazes sobre a aprendizagem, teorias românticas de que a criança deve aprender só o que gosta, que quando gosta aprende por si, que a disciplina vem de gostar da escola...". Força Sr. Ministro e que as mãos não lhe doam! Portugal agradece.

Para a escolha do Ministro das Finanças não deve ter sido alheio o facto da sua boa imagem junto do BCE e por arrasto junto das Instituições Europeias o que, depois de termos um ministro que foi considerado o pior ministro das finanças da UE, e numa altura em que temos pela frente anos de complicadas negociações, será a sua maior vantagem.

O facto da Ministra da Agricultura não saber como se planta uma batata (será que não sabe?) e do Ministro da Economia nunca ter gerido uma empresa, também não me parece grave, pois a classe política já demonstrada por ela e o brilhante currículo e visão de fora, de quem não tem vivido no país mas tem estado muito atento, dele, aliada à juventude e garra de ambos, são garantia de boas prestações.

Os outros são mais conhecidos, e um grupo promissor e homogéneo da nova geração de políticos. Faço minhas as palavras de Miguel Relvas: - "Se este Governo falhar quem falha é Portugal e este Governo não pode falhar. "

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pessoas!

Quando toda a gente tenta adivinhar os nomes do futuro governo de Portugal, não vou juntar-me ao grupo, e pôr-me aqui armado em adivinho e muito menos juntar-me a qualquer lobby; pois não tenho interesses a defender, ou melhor, tenho os mesmos interesses que todos os portugueses, e que são os de que Portugal passe a ser governado com decência e competência, de forma a que daqui a duas décadas, não sejamos o país mais pobre da UE, mas pelo contrário pertençamos ao grupo dos mais prósperos.

Quero, no entanto aproveitar esta pausa, em que na mais correta das reservas PSD e CDS negoceiam o acordo político que vai servir de base à coligação e o programa do próximo governo, para falar de duas pessoas qualquer delas mais controversa que a outra.

Gostei da posição de  Passos Coelho sobre a não inclusão nas listas de Pacheco Pereira, ele que nas anteriores eleições tinha sido vitima  da falta de senso de Ferreira Leite, quiçá aconselhada pelo venenoso Pacheco, que na anterior direcção tinha influência de peso. Toda a gente sabe que se o PSD não fosse, como é, a imagem real deste país de brandos costumes, há muito que o Pacheco tinha levado um chuto no rabo e sido atirado porta fora, como aliás fazem por muito menos o PCP ou até mesmo o PS, assim como, se a barba do dr. Pacheco Pereira significassem um pouco de vergonha na cara, ele mesmo teria tomado, também há muito, a iniciativa de sair. Ficaria portanto muito mal ao Dr. Passos Coelho tomar a iniciativa de o incluir nas listas de deputados, revelando a intenção de não se opôr caso fosse indicado uma atitude digna do líder de todos os militantes.

Foi ventilado, na dança de nomes de ministeriáveis, o nome de Pedro Santana Lopes. Apesar de não acreditar que seja um dos nomes que vamos ouvir quando for anunciada a composição do governo, quero aqui deixar expressas duas ideias sobre o assunto. A primeira é que acho que Pedro Santana Lopes tem a humildade e o sentido de missão suficientes para aceitar ser ministro de Passos Coelho, apesar de já ter sido Primeiro Ministro. A segunda é que, defendendo eu que este governo deve ser composto pelos melhores, não me chocaria a ideia de o ver incluído. Apesar dos muitos erros que cometeu, e pelos quais pagou um preço demasiado alto, Pedro Santana Lopes fez um óptimo lugar de Presidente da Câmara da Figueira da Foz, sendo maldizentes e falsas as vozes que o acusam de só ter feito obra de fachada. Ainda hoje voltaria a ganhar as eleições. Se se recordam, foi assessor de Sá Carneiro, que só sabia trabalhar com os melhores, e mais recentemente, dadas as circunstancias, portou-se brilhantemente como líder parlamentar do PSD.

Por tudo isto, esta seria uma escolha polémica, como vão ser certamente muitas das escolhas de Passos Coelho, mas não seria por ela que choveriam críticas, pois elas vão chover da mesma forma, dos mesmos Barões do costume que se vão sentir preteridos, mas também não seria por ela que a eficácia do governo sairia comprometida.

Esperemos para ver.

domingo, 5 de junho de 2011

MUDAR

Os portugueses expressaram hoje de forma inequívoca, que acreditam em Pedro Passos Coelho como a última esperança para fazer regressar Portugal ao caminho do progresso, para fazer que o país apanhe novamente o comboio da Europa, e que querem um Governo liderado pelo PSD em coligação com o CDS. Pela primeira vez os dois partidos cresceram em simultâneo e juntos dispõem de uma maioria  alargada o suficiente para estar a salvo de eventuais contingências do percurso.
A primeira tarefa será formar um governo que mereça só por si o reconhecimento nacional, mas sobretudo a confiança dos agentes económicos, por forma a rapidamente gerar as sinergias que consigam tirar a economia da letargia em que caiu, e assim ser a alavanca para ajudar a resolver os graves problemas que o país enfrenta.
Espera-se de Passos Coelho que faça depressa e bem, pois o país não pode esperar, e se é certo que não se pode distribuir o que se não tem, espera-se que não esqueça as preocupações sociais que Sá Carneiro, também ele a governar em situação gravosa, nunca esqueceu.
O partido social democrata que recebemos por herança, deve promover a justiça social, e como tal não pode pactuar com políticas que promovam os parasitas, mesmo que disfarçados de coitadinhos, mas também não pode dispensar o estado da responsabilidade de ser solidário com os que involuntariamente caiam em situação de necessidade.
Cada dia dos nove meses do governo de Francisco Sá Carneiro foram lições de vida para todos nós. Que Pedro Passos Coelho tenha assimilado na integra esses ensinamentos e os consiga por em prática são os meus votos.

sábado, 4 de junho de 2011

Editorial

Militante do PSD desde 17 de Abril de 1975 tive o privilegio de conhecer pessoalmente Francisco Sá Carneiro o que fez com que, depois do seu trágico desaparecimento, os meus parâmetros de avaliação da classe política se tenham mantido altos e consequentemente tenha diminuído até ao pagamento das quotas a minha actividade política.

Acho hoje que não foi a atitude mais correcta porque fiz o mesmo que a maioria dos ativistas políticos que entre 75 e 95 mantiveram a funcionar os partidos políticos e esse abandono permitiu a ocupação dos aparelhos partidários por "gentinha" na sua maioria tão incompetentes como oportunistas, tão desonestos como corruptos.

Excluindo o PCP este abandono da militância activa foi transversal a todos os partidos, ao que se juntou uma falta de ética da comunicação social que tem tido como único objetivo a sua própria sobrevivência mesmo que para isso tenha que passar por cima de direitos fundamentais da pessoa humana. Foram inúmeros os julgamentos em praça pública, alguns deles tão patéticos como injustos, tão infundados como cruéis.

Criou-se também a ideia que os políticos ganham demais mas o certo é que qualquer advogado de província com uma carteira de clientes minimamente estável, não aceita ser ministro quanto mais deputado. Juntando a isso a devassa infundada da vida privada a que qualquer político fica sujeito, a classe política, salvo raríssimas excepções foi-se reduzindo a ex-funcionários públicos, que não são prejudicados nas suas carreiras, ou a gente que na vida ainda não mostrou ter valor para estar à frente dos destinos do país. Isto é, o nosso deixar andar, e a verborreia de alguns, entregaram este país a um bando de incompetentes e aventureiros.

Quando o país bateu no fundo, e corremos o risco real, de não conseguirmos pagar as dívidas e sermos corridos do Euro, o que significaria um retrocesso de 30 anos no nosso nível de desenvolvimento, eis que surge uma ténue esperança que teremos de saber agarrar com as duas mãos. Pedro Passos Coelho é pela sua formação, origem e educação, neste momento, a última esperança de conseguirmos reencontrar o caminho do progresso, assim ele saiba e consiga juntar à sua volta uma equipa que esteja alguns furos acima, em termos de competência, das que nos últimos dezasseis anos nos governaram.

Porque acredito, mas sobretudo tenho esperança, que o vai conseguir, para bem de Portugal e dos portugueses, resolvi criar este blogue que quero seja um espaço de reflexão, de crítica construtiva, de propaganda e espero que muitas vezes também de exaltação das medidas e da atuação do Governo que amanhã os portugueses vão eleger.