Militante do PSD desde 17 de Abril de 1975 tive o privilegio de conhecer pessoalmente Francisco Sá Carneiro o que fez com que, depois do seu trágico desaparecimento, os meus parâmetros de avaliação da classe política se tenham mantido altos e consequentemente tenha diminuído até ao pagamento das quotas a minha actividade política.
Acho hoje que não foi a atitude mais correcta porque fiz o mesmo que a maioria dos ativistas políticos que entre 75 e 95 mantiveram a funcionar os partidos políticos e esse abandono permitiu a ocupação dos aparelhos partidários por "gentinha" na sua maioria tão incompetentes como oportunistas, tão desonestos como corruptos.
Excluindo o PCP este abandono da militância activa foi transversal a todos os partidos, ao que se juntou uma falta de ética da comunicação social que tem tido como único objetivo a sua própria sobrevivência mesmo que para isso tenha que passar por cima de direitos fundamentais da pessoa humana. Foram inúmeros os julgamentos em praça pública, alguns deles tão patéticos como injustos, tão infundados como cruéis.
Criou-se também a ideia que os políticos ganham demais mas o certo é que qualquer advogado de província com uma carteira de clientes minimamente estável, não aceita ser ministro quanto mais deputado. Juntando a isso a devassa infundada da vida privada a que qualquer político fica sujeito, a classe política, salvo raríssimas excepções foi-se reduzindo a ex-funcionários públicos, que não são prejudicados nas suas carreiras, ou a gente que na vida ainda não mostrou ter valor para estar à frente dos destinos do país. Isto é, o nosso deixar andar, e a verborreia de alguns, entregaram este país a um bando de incompetentes e aventureiros.
Quando o país bateu no fundo, e corremos o risco real, de não conseguirmos pagar as dívidas e sermos corridos do Euro, o que significaria um retrocesso de 30 anos no nosso nível de desenvolvimento, eis que surge uma ténue esperança que teremos de saber agarrar com as duas mãos. Pedro Passos Coelho é pela sua formação, origem e educação, neste momento, a última esperança de conseguirmos reencontrar o caminho do progresso, assim ele saiba e consiga juntar à sua volta uma equipa que esteja alguns furos acima, em termos de competência, das que nos últimos dezasseis anos nos governaram.
Porque acredito, mas sobretudo tenho esperança, que o vai conseguir, para bem de Portugal e dos portugueses, resolvi criar este blogue que quero seja um espaço de reflexão, de crítica construtiva, de propaganda e espero que muitas vezes também de exaltação das medidas e da atuação do Governo que amanhã os portugueses vão eleger.
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