Quando toda a gente tenta adivinhar os nomes do futuro governo de Portugal, não vou juntar-me ao grupo, e pôr-me aqui armado em adivinho e muito menos juntar-me a qualquer lobby; pois não tenho interesses a defender, ou melhor, tenho os mesmos interesses que todos os portugueses, e que são os de que Portugal passe a ser governado com decência e competência, de forma a que daqui a duas décadas, não sejamos o país mais pobre da UE, mas pelo contrário pertençamos ao grupo dos mais prósperos.
Quero, no entanto aproveitar esta pausa, em que na mais correta das reservas PSD e CDS negoceiam o acordo político que vai servir de base à coligação e o programa do próximo governo, para falar de duas pessoas qualquer delas mais controversa que a outra.
Gostei da posição de Passos Coelho sobre a não inclusão nas listas de Pacheco Pereira, ele que nas anteriores eleições tinha sido vitima da falta de senso de Ferreira Leite, quiçá aconselhada pelo venenoso Pacheco, que na anterior direcção tinha influência de peso. Toda a gente sabe que se o PSD não fosse, como é, a imagem real deste país de brandos costumes, há muito que o Pacheco tinha levado um chuto no rabo e sido atirado porta fora, como aliás fazem por muito menos o PCP ou até mesmo o PS, assim como, se a barba do dr. Pacheco Pereira significassem um pouco de vergonha na cara, ele mesmo teria tomado, também há muito, a iniciativa de sair. Ficaria portanto muito mal ao Dr. Passos Coelho tomar a iniciativa de o incluir nas listas de deputados, revelando a intenção de não se opôr caso fosse indicado uma atitude digna do líder de todos os militantes.
Foi ventilado, na dança de nomes de ministeriáveis, o nome de Pedro Santana Lopes. Apesar de não acreditar que seja um dos nomes que vamos ouvir quando for anunciada a composição do governo, quero aqui deixar expressas duas ideias sobre o assunto. A primeira é que acho que Pedro Santana Lopes tem a humildade e o sentido de missão suficientes para aceitar ser ministro de Passos Coelho, apesar de já ter sido Primeiro Ministro. A segunda é que, defendendo eu que este governo deve ser composto pelos melhores, não me chocaria a ideia de o ver incluído. Apesar dos muitos erros que cometeu, e pelos quais pagou um preço demasiado alto, Pedro Santana Lopes fez um óptimo lugar de Presidente da Câmara da Figueira da Foz, sendo maldizentes e falsas as vozes que o acusam de só ter feito obra de fachada. Ainda hoje voltaria a ganhar as eleições. Se se recordam, foi assessor de Sá Carneiro, que só sabia trabalhar com os melhores, e mais recentemente, dadas as circunstancias, portou-se brilhantemente como líder parlamentar do PSD.
Por tudo isto, esta seria uma escolha polémica, como vão ser certamente muitas das escolhas de Passos Coelho, mas não seria por ela que choveriam críticas, pois elas vão chover da mesma forma, dos mesmos Barões do costume que se vão sentir preteridos, mas também não seria por ela que a eficácia do governo sairia comprometida.
Esperemos para ver.
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