quarta-feira, 30 de setembro de 2015

PORQUE VOTO NA COLIGAÇÃO PORTUGAL À FRENTE


Domingo vou votar Paf essencialmente porque tenho memória.
- Memoria de em 1983 a minha mãe pedir em sussurro ao merceeiro um pouco de bacalhau, e receber um pequeno embrulho de papel pardo, tirado debaixo do balcão, como se de contrabando se tratasse.
- Memoria da “mudança” anunciada ao betão de Cavaco e do pântano que se seguiu.
- Memória das criticas ao “país de tanga” de Durão Barroso e de onde as politicas de negação nos levaram.
- Memória da campanha de verdade de Manuela Ferreira Leite, que lhe valeu a derrota nas eleições e das consequências para os portugueses dessa derrota.
- Memoria dos 2,9% de aumento à Função Publica, antes das eleições, e de quanto isso custou a todos os portugueses, essencialmente aos funcionários públicos.
- Memória da nacionalização do BPN, com os milhões de custos associados, e do despudor com que os mesmos agora falam do Novo Banco.
- Memória dos muitos “esqueletos no armário” e da falta de vergonha de quem agora faz campanha negra falando em manipulação de contas.
- Memoria do défice de 2010, sem a dívida das empresas publicas contar, e da lata com que agora dizem que o de 2014 foi igual.
- Memória dos vivas ao Syriza e Varoufakis, e das consequências para o povo grego dessa aventura.
- Memória das dificuldades porque passou Pedro Passos Coelho, dos chumbos do Constitucional, das birras do Paulo Portas, da espiral recessiva, do 2º resgate anunciado a cada dia, das cotações do país como lixo, da capacidade de encaixe e da persistência com que conseguiu que Portugal seja hoje um país respeitado e que voltássemos a ter orgulho de ser portugueses.
- E por ultimo memoria dos excelentes discursos de Margarida Mano, cabeça de lista por Coimbra, que me fazem manter a esperança de que a politica também pode ser exercida por gente séria e de valor.
Acredito que o povo português, na sua imensa sabedoria, vai saber escolher o caminho seguro e acredito também, que, como dizia ontem Pedro Passos Coelho, sem a pressão de uma situação de emergência nacional, se vão cometer menos erros e se vai levar o país para onde se deveria ter começado a levar desde o meio da legislatura quando começou a haver alguma folga para o fazer.
Pedro Passos Coelho não o fez jogando pelo seguro, mas também por isso, e face aos resultados obtidos, apesar disso, merece a oportunidade de mostrar que é igualmente capaz quando as condições do país vão permitir dar primazia à politica, e é de politicas audaciosas, mas seguras, que precisamos pois os empregos e a riqueza não se criam por decreto, mas estão alicerçados na confiança, confiança que não se conquista com promessas e programas arriscados, suportados pela fé e não pela dura realidade dos números.

Por isto voto Paf!

sexta-feira, 5 de junho de 2015

OS CONDENADOS

Tenho de concordar com quem considera uma colossal falta de vergonha a publicação a “4 mãos” do livro “ O OUTRO LADO DA GOVERNAÇÃO” da autoria de Miguel Relvas e Paulo Júlio.
Ou será , por acaso que estão a referir-se ao lado negro desta governação? O lado em que a incompetência aliada à arrogância, à falta de ética e de princípios, conseguiu “esconder” e tirar valor ao que muito de positivo fez este governo?
Sobre isso estes dois “artistas” são catedráticos pois se Paulo Júlio conseguiu ser condenado em primeira instância, porque com grande arrogância, fez mal o que quase todos fazem, manipular um concurso em que foi colocada a pessoa mais indicada para o lugar, isto apesar de ter sido avisado que aquela não era a melhor forma de agir!
Na verdade, raros serão os autarcas, que não manipulem os concursos de admissão, promovendo o amiguismo, pelo que têm carradas de razão os professores quando temem ver a sua contratação dependente de decisão das autarquias; mas só quem se acha mais esperto que todos os outros o faz da forma descarada como Paulo Júlio o fez, ainda por cima quando um concurso justo e isento colocaria, com grande probabilidade, a pessoa que acabou sendo colocada.
Depois, em tribunal, alem das lágrimas sem sentido nem justificação, revelou uma deprimente falta de ética e de classe, ao afirmar que se alguém errou foram os serviços da autarquia, como se não tivesse sido ele o presidente do júri e como se alguém acreditasse que assinou de cruz!
Já Miguel Relvas, condenado a perder a licenciatura que nunca tirou, mas que um não menos deprimente défice de seriedade e “superavit” de parolice lhe permitiram “comprar”, se fosse tão amigo de Passos Coelho como este mostrou ser dele, ter-se-ia demitido no dia seguinte ao “rebentar” da polémica. Não o fez e com isso arrastou-se penosamente ao longo de vários meses com evidente prejuízo da governação e da imagem do governo.
E são estes pobres condenados que agora têm a distinta lata de vir escrever sobre uma reforma que nunca fizeram. Sim porque a apregoada reforma da administração local conseguiu a proeza de transformar 308 concelhos em exactamente 308 concelhos e no que às Juntas de Freguesia diz respeito, nem para resumir nomes “esdrúxulos” como por exemplo “União das Freguesias de Condeixa a Velha e Condeixa a Nova”, conseguiu consenso.
Veio agora, o Ministro Poiares Maduro, pegar numa ideia que de forma mais abrangente na altura defendi, mas mais uma vez, como se fossemos um país rico, promove-se a duplicação de serviços!
Afinal sempre havia folga para manter tudo na mesma, e ainda abrir lojas do cidadão em todos os 308 concelhos!!! Parafraseando alguém: PAGA POVO!
Sobre o assunto, em Outubro de 2011, escrevi:
...Não seria muito mais útil para as populações, (já que parece haver folga para manter o nível de serviço publico), aproveitando as sedes das Juntas (quase todas próprias como é normal num país rico!), e alguns funcionários que passariam a funcionários municipais, aproveitando a filosofia das lojas do cidadão e as potencialidades das novas tecnologias, substituir TODAS as Juntas por quiosques do cidadão, que para além de, na mesma filosofia das extintas extensões de centro de saúde, serem uma extensão da secretaria municipal evitando assim sim algumas deslocações à sede do concelho e simultaneamente, através da celebração de protocolos com CTT, EDP, CGD e outras empresas prestadoras de serviços públicos garantirem às populações, nomeadamente e sobretudo aos idosos, o acesso local a serviços que hoje lhes são inacessíveis incluindo o pagamento local das pensões?
A isto chamaria eu pensar primeiro nas pessoas.