sábado, 7 de junho de 2014

PORTUGAL PRIMEIRO!


“Procuraremos nestas semanas apresentar os diplomas que permitirão esclarecer perante o TC o quadro de estratégia orçamental para 2014, 2015 e anos seguintes, pelo menos no respeitante a salários e pensões”.

Se o TC continuar, como é previsível a defender que a única forma constitucional é o aumento de impostos, então não há impostos que suportem tal “buraco”, o país é ingovernável e o Governo tirará as devidas conclusões, demitindo-se.

Quem delineou esta estratégia deve estar louco!

As sondagens são claras e indicam que mesmo hoje, com o PS em processo de autodestruição, o PSD perderia as eleições e o país ficaria, aí sim, ingovernável, à mercê de um qualquer aventureirismo que os portugueses nunca vão perdoar. 

Sejamos responsáveis meus senhores! 

Portugal e os portugueses devem estar em primeiro lugar; mas não só no discurso.

Não estará, nestas dificuldades criados por um TC politizado e irresponsável a oportunidade do governo reler as recomendações da troika feitas ao longo destes três anos e resolver o problema de forma engenhosa e social democrata? Distribuir a riqueza com justiça é um dos nossos princípios programáticos fundamentais e o lançamento de impostos ou taxas sobre as PPP's, sobre as rendas da energia ou sobre os lucros na bolsa, por exemplo, seria uma forma de pôr em pratica esse principio.

Se as ideias não fluem, este será o momento ideal para Pedro Passos Coelho mostrar a sua coragem e capacidade de liderança e promover um profundo refurbishing no governo, que se deveria estender ao partido que mais uma vez já só está preocupados com os lugares na futura lista de deputados.

“Que se lixem as eleições desde que o meu lugar fique garantido” é o que pensa a maioria de quem neste momento se candidata à estrutura interna do partido, esse é o caminho mais curto para as perder sendo certo que se o PSD perder as próximas legislativas é Portugal que perde.

INSEGURANÇAS!...


António José Seguro está encostado às cordas! No seu esbracejar na tentativa de sobrevivência fez, na sua entrevista à TVI, propostas, que sendo interessantes, cheiram a falso e soam a oco.

Desde logo a questão das diretas abertas a simpatizantes. Tenho defendido desde sempre, indispondo-me até com quem parece não saber fazer outra coisa que criticar os partidos, que não há Democracia sem partidos e que a solução para o país tem que passar obrigatoriamente por uma maior participação das pessoas na política, de forma a apoiar e eleger os poucos mais capazes que ainda encaram a vida pública com espírito de missão e se disponibilizam para contribuir para o bem comum.


Mesmo a desculpa de ter mudado radicalmente de posição sobre este assunto por ter feito a leitura dos resultados das europeias não dá a AJS grande credibilidade; pois o descontentamento dos portugueses relativamente aos partidos não é de agora, e não era preciso ser muito perspicaz para dele se aperceber. 

Vamos ver qual o modelo que vai apresentar, quais os seus custos e qual vai ser a adesão e participação das pessoas. 

Uma ideia que à partida parece interessante pode transformar-se, se não garantir o mínimo de seriedade e credibilidade, no hara-kiri de AJS, quiçá do PS enquanto alternativa de governo.

A redução do número de deputados, ideia defendida pelo PSD a que o PS sempre se opôs, sendo lógica num país em dificuldades económicas, um bom sinal para quem tem sido sujeito a tantos sacrifícios, deveria ser acompanhada de uma reforma do sistema político que não aparece nas novas propostas de AJS. 

Quem contribuiu, pela sua oposição frontal, para que a reforma do poder local conseguisse o brilharete de transformar 308 municípios em exactamente 308 municípios como é que vais conseguir passar, nomeadamente dentro do seu partido, uma redução de 40 deputados?

Já o voto preferencial ideia que vem sendo defendida por muitos, tenho algumas dúvidas de que os benefícios de tal prática compensem a confusão que vai gerar na altura de votar. Seria para mim mais lógico que também a ordenação da lista de deputados fosse feita em diretas abertas a simpatizantes e deixasse de ser prorrogativa das direções partidárias. Sou aqui mais adepto de círculos uninominais que acabam por ter a mesma função com muito menos confusão.

Sobre as incompatibilidades dos detentores de cargos públicos é uma moralização que urge fazer pois é de todo escandaloso o que se passa na AR; mas como acreditar nas boas intenções de um partido e de um líder que votou sistematicamente contra as propostas de lei de criminalização do enriquecimento ilícito?

Preocupa-me sobremaneira o silencio dos outros partidos, nomeadamente o PSD, a estas propostas de AJS; pois considero que Pedro Passos Coelho deveria aproveitar a “embalagem” e avançar com a proposta de revisão constitucional de que falou no início do seu mandato e que deveria incluir a substituição do Tribunal Constitucional por um órgão constituído unicamente por juízes de carreira que a ele tivessem acesso por concurso. Em política não basta criticar é preciso agir! Sá Carneiro ensinou-nos a ter o papel de locomotiva na vida politica e fico desgostoso quando vejo o meu PSD e o seu líder a servir de “carruagem”.

Preocupante é também o silêncio de António Costa de quem se desconhecem as ideias; muito menos as diferenças de AJS, fazendo parecer que está muito mais preocupado em montar o cavalo do poder que em pensar nas soluções para os múltiplos problemas do país.

Esperemos que o verão quente que se aproxima traga soluções de consenso para o país ou corre-se o risco de desembocar num novo resgate, a cujos responsáveis os portugueses dificilmente perdoarão.