sábado, 7 de junho de 2014

INSEGURANÇAS!...


António José Seguro está encostado às cordas! No seu esbracejar na tentativa de sobrevivência fez, na sua entrevista à TVI, propostas, que sendo interessantes, cheiram a falso e soam a oco.

Desde logo a questão das diretas abertas a simpatizantes. Tenho defendido desde sempre, indispondo-me até com quem parece não saber fazer outra coisa que criticar os partidos, que não há Democracia sem partidos e que a solução para o país tem que passar obrigatoriamente por uma maior participação das pessoas na política, de forma a apoiar e eleger os poucos mais capazes que ainda encaram a vida pública com espírito de missão e se disponibilizam para contribuir para o bem comum.


Mesmo a desculpa de ter mudado radicalmente de posição sobre este assunto por ter feito a leitura dos resultados das europeias não dá a AJS grande credibilidade; pois o descontentamento dos portugueses relativamente aos partidos não é de agora, e não era preciso ser muito perspicaz para dele se aperceber. 

Vamos ver qual o modelo que vai apresentar, quais os seus custos e qual vai ser a adesão e participação das pessoas. 

Uma ideia que à partida parece interessante pode transformar-se, se não garantir o mínimo de seriedade e credibilidade, no hara-kiri de AJS, quiçá do PS enquanto alternativa de governo.

A redução do número de deputados, ideia defendida pelo PSD a que o PS sempre se opôs, sendo lógica num país em dificuldades económicas, um bom sinal para quem tem sido sujeito a tantos sacrifícios, deveria ser acompanhada de uma reforma do sistema político que não aparece nas novas propostas de AJS. 

Quem contribuiu, pela sua oposição frontal, para que a reforma do poder local conseguisse o brilharete de transformar 308 municípios em exactamente 308 municípios como é que vais conseguir passar, nomeadamente dentro do seu partido, uma redução de 40 deputados?

Já o voto preferencial ideia que vem sendo defendida por muitos, tenho algumas dúvidas de que os benefícios de tal prática compensem a confusão que vai gerar na altura de votar. Seria para mim mais lógico que também a ordenação da lista de deputados fosse feita em diretas abertas a simpatizantes e deixasse de ser prorrogativa das direções partidárias. Sou aqui mais adepto de círculos uninominais que acabam por ter a mesma função com muito menos confusão.

Sobre as incompatibilidades dos detentores de cargos públicos é uma moralização que urge fazer pois é de todo escandaloso o que se passa na AR; mas como acreditar nas boas intenções de um partido e de um líder que votou sistematicamente contra as propostas de lei de criminalização do enriquecimento ilícito?

Preocupa-me sobremaneira o silencio dos outros partidos, nomeadamente o PSD, a estas propostas de AJS; pois considero que Pedro Passos Coelho deveria aproveitar a “embalagem” e avançar com a proposta de revisão constitucional de que falou no início do seu mandato e que deveria incluir a substituição do Tribunal Constitucional por um órgão constituído unicamente por juízes de carreira que a ele tivessem acesso por concurso. Em política não basta criticar é preciso agir! Sá Carneiro ensinou-nos a ter o papel de locomotiva na vida politica e fico desgostoso quando vejo o meu PSD e o seu líder a servir de “carruagem”.

Preocupante é também o silêncio de António Costa de quem se desconhecem as ideias; muito menos as diferenças de AJS, fazendo parecer que está muito mais preocupado em montar o cavalo do poder que em pensar nas soluções para os múltiplos problemas do país.

Esperemos que o verão quente que se aproxima traga soluções de consenso para o país ou corre-se o risco de desembocar num novo resgate, a cujos responsáveis os portugueses dificilmente perdoarão.



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