sábado, 13 de outubro de 2012

Os ratos!


Os ratos do largo estão borrados de medo que Portugal vire Islândia e o povo, ordeiro comece a exigir na rua a criminalização de quem nos pôs nesta camisa de forças que nos sufoca! Mais ainda agora que o arquivador geral da republica foi substituído por alguém com um ADN nada comprometido com ratazanas de esgoto.Mais ainda quando os primeiros ratos começaram a ser investigados e se desdobram em entrevistas de fazer rir as pedras da calçada. Coitados, um vive num paraíso dourado a expensas da mãe, que estranhamente já não tem idade para ganhar a vida de forma fácil e se lhe desconhece fortuna pessoal, enquanto o outro são os pais que pagam a luz e a água da mansão de milhão e meio de Euros! Como a maioria dos portugueses gostariam de ter um "papá" assim!
Lembram com certeza o mau exemplo do Vale e Azevedo, que quando perdeu o poder foi por aí abaixo e teve de pagar por todas as vigarices anteriores e por isso lançam mão de tudo para derrubar o governo e quiçá voltarem à sombra protectora de São Bento. Até a maga Jerumila, esquecida por certo dos tempos do "Europa connosco" está agora preocupada que sejamos um quintal de Merkel, pensando que os portugueses são jumentos e não se lembram de quem assinou a hipoteca.

Vitor Gaspar


É realmente de uma desonestidade intelectual ou mesmo de uma desmesurada falta de vergonha que se venha, aproveitando de forma populista o descontentamento natural, atirar as culpas da actual situação do país para Vítor Gaspar, sem dizer uma palavra, para a face oculta, que no paraíso dourado, pago com fundos de proveniência mais que suspeita, observa sorrindo o estado em que deixou o país. Sem uma palavra para o pior ministro das finanças da UE, que de hesitação em hesitação, da bacorada dos 7% até ao anuncio intempestivo porque atrasado, do pedido de ajuda, levaram o país a ser classificado como lixo e ao pódio do clube da banca rota.

Muitos destes democratas de longa data e revolucionários de modos vários comparam-no a Salazar, ou por saudades, ou porque na verdade nunca souberam o que é viver sem liberdade. Deveriam colocar sal na boca, pois a forma como olham unicamente para o seu umbigo, na sua arte de desinformar, podem criar as condições para que algum aventureiro se sinta tentado. Não que alguns não merecessem; mas os portugueses que sempre souberam dizer não, às aventuras do outro extremo, também se saberão unir para continuar a viver em paz e liberdade, mesmo quando são obrigados a vir para a rua contestar, como o fizeram em 15 de Setembro. Foi essa manifestação uma bofetada de luva branca nos arautos da violência e da convulsão social. Esteve bem o governo quando soube recuar; mas ninguém de bom senso teria pensado que a austeridade acabou, que a "festa" irresponsável estava de volta.

Daria vontade de rir, se não fosse trágico e demonstrasse os intuitos terroristas do quanto pior melhor, que se venha outra vez acusar Vitor Gaspar e o governo de ir além do necessário; pois só quem for cego, daqueles que não querem ver é que não se lembra da mesmíssima ladainha aquando do orçamento para 2012. Andou bem o Ministro das Finanças, pois "cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém" e o tempo veio provar que afinal o excesso virou insuficiente.

Tem o país pouca margem de manobra para neste momento enveredar por outro caminho, que não o do sacrifício, fruto de uma a crise mundial que teima em persistir, muito por culpa de dirigentes que não têm tido a coragem de correr o risco de enveredar pelo caminho do progresso, mas sobretudo porque os do costume, por incompetência e despesismo irresponsável para não dizer desonesto, pela terceira vez desde 1974, hipotecaram a nossa independência ao estrangeiro.

Portugal só tem alternativas que não são alternativas a saber: Ou segue as políticas definidas pela troika, mesmo que erradas, mas deixando-lhes, porque cumpriu, a obrigação de continuar a ajudar a resolver o problema, que passará necessariamente por resolver o problema muito mais grave da Europa, ou seguir o caminho da Grécia, partir para a idiotice da contestação social e do tumulto e têm-se visto o que os gregos têm ganho com isso, ou ainda embarcar nos lirismos folclóricos do BE/PCP, do não pagamos, sair do euro e transformar Portugal numa Cuba ou numa Albânia!


quinta-feira, 24 de maio de 2012

As Vacas Sagradas


Muito se tem falado ultimamente das alegadas ameaças do ministro Miguel Relvas ao jornal Público e a uma sua jornalista.

Lá vieram as "virgens" ofendidas do costume clamar a demissão do ministro num clamor tão hipócrita como suicida esquecendo a sabedoria popular que diz que "quem com ferros mata, com ferros morre"!

É sabido que também virou moda pôr os políticos na lama, e se lemos políticos na prateleira vir dizer que os políticos não têm moral, esquecendo a sua recente condição; mas aí cada um sabe de si e Deus sabe de todos, vemos todos os dias a comunicação social, não ameaçar,  mas esparramar na praça publica a vida intima, económica  ou profissional dos políticos, sem nenhum pudor e como se quando se aceita um cargo publico se assinasse um termo prescindindo do direito à privacidade e ao bom nome.

Mas os jornalistas também têm vida! Intima, económica e profissional e como são humanos, naturalmente terão também episódios de que não se podem orgulhar. Então porque diabo de lei ou principio hão-de ser em Portugal o equivalente às vacas sagradas da Índia, a quem não se pode tocar? 

É óbvio que o correcto seria as pessoas terem consciência de que "quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras ao vizinho" e conseguissem separar as águas, mas salvo melhor opinião, os políticos têm o direito de usar as informações privilegiadas de que dispõem para se defender, do uso que os jornalistas fazem de informações, tantas vezes deportadas, para os atacarem.


Diz-se ainda que o ministro ameaçou  processar o Publico, e o jornal não publicou, o que indicia que afinal ou a redacção ou a jornalista não estavam assim tão seguros da veracidade ou da legalidade do que pensavam publicar. Mas se publicassem e depois fossem julgados e condenados essa condenação não impediria o julgamento publico que a notícia originaria. Isso mais legitima a actuação do ministro que tem direito, goste-se ou não, a defender o seu bom nome e o seu governo.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

O Governo da Esperança

"Não pergunte o que o seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por seu país!" 
(J.F.Kennedy).

Seis meses e pouco depois da tomada de posse do actual governo é já notória a semelhança da sua actuação com a dos governos de Cavaco Silva, tidos por muitos como os melhores governos desde o 25 de Abril.

Esta actuação pautada pelo rigor, pela verdade e pela responsabilidade, quer estejamos a falar nos assuntos de política interna, quer e sobretudo na nossa politica externa, contrastam em absoluto com as politicas do facilitismo, a que se chamava dialogo, e dum total obscurantismo no assumir das responsabilidades quer internas, mas sobretudo as internacionais, levadas a cabo pelos socialistas Guterres e Sócrates.

É bom, pela primeira vez nos últimos 16 anos, ouvir insuspeitas vozes de analistas, especialistas e instituições internacionais elogiarem as políticas seguidas pelo Governo português, e para aqueles que acham que é subserviência fazer de "bom aluno" relembro que foi quando merecemos esse elogio da Europa que Portugal mais cresceu, que o desemprego estava a baixo da média europeia e que a classe média floresceu.

Os tempos são outros e hoje vivemos um tempo de vacas magras, mas ao governo, para reconquistar a credibilidade perdida não resta alternativa que cumprir escrupulosamente os tratados internacionais, e fazer-se ouvir nas instâncias comunitárias, para que se mude de política e se aposte no desenvolvimento como forma de ultrapassar a crise. Mas esta mudança de política, deixou de ser para o bem e para o mal, um desígnio nacional, pois nesta aldeia global deixámos de ter capacidade para a implementar, resta-nos pois delinear e rapidamente executar as reformas necessárias e fazermos tudo, mas mesmo tudo, para nessa inversão de marcha Europeia sermos mais um motor e nunca mais um travão, até porque pode haver da parte de alguns dos mais potentes motores deste navio europeu a tentação de mandar os travões borda fora.

São sinais positivos, que devem animar o governo na sua acção o facto de, apesar dos gravosos sacrifícios pedidos aos portugueses e do discurso nu e cru do governo sobre as dificuldades futuras, o acordo conseguido na Concertação Social, a ausência, ao contrário de outros países e apesar das provocações dos reaccionários do costume, de qualquer agitação social, e o tremendo fiasco que foi a ultima greve dos transportes.
 
Precisa o governo implementar medidas, nomeadamente substituindo algumas equipas de gestão das empresas públicas e alterando algumas leis tidas como tabu,  para que passe a ter consequências a adesão a greves políticas e de solidariedade, que num país com quase um milhão de desempregados são uma ofensa e uma provocação graves a quem procura e não encontra trabalho.


Na reforma administrativa, e a avaliar pela enorme pressão do lobbie autárquico teme-se, que não se consiga ir tão longe como devia, havendo quem defenda com alguma lógica que se devia pegar na proposta de reforma da Justiça e eliminar pelo menos os 47 municípios onde os tribunais a fechar se encontram sediados.
 
Sempre defendi a extinção, pura e simples do conceito de freguesia, com vantagens na prestação de serviços às populações, nomeadamente idosos e do interior sem acesso às comodidades das novas tecnologias; mas já que não se consegue ir por aí que pelo menos se alterem as competências das que ficarem, para que sejam obrigadas a fazer pelas suas populações, mais do que passar a licença do cão ou o atestado de pobreza.


Na Justiça, e na medida em que é difícil alterar a "cena" sem substituir alguns actores, tarda a substituição do PGR e do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, cujas recentes actuações os transformaram em figuras sinistras que contribuem fortemente para a desacreditação de um órgão de soberania de cujo  funcionamento depende em grande medida o progresso do país. É de estranhar a inacção do Sr. Presidente da República sobre esta e outras matérias fazendo por vezes lembrar as forças de bloqueio que quando primeiro ministro tanto o incomodavam. Já era tempo de aprender a aperceber-se do sentir dos portugueses e a tomar as iniciativas para que esse sentir tenha tradução nas politicas seguidas. Esperava-se uma maior colaboração com um governo com quem logicamente deveria estar quase sempre em sintonia, mas tal como esteve irritantemente inactivo quando o anterior governo levava o país para o abismo, mantém-se da mesma forma inactivo quando se esperava que ajudasse o governo a erguer o país, entretendo-se com o seu já conhecido jeito para a "gafe".

Na Defesa de realçar o desassombro do Ministro ao assumir que as Forças Armadas são insustentáveis nos moldes actuais, esperando-se o mesmo sentido de estado quando partir para a definição e implementação das reformas que as adeqúem às nossas necessidades e sobretudo às nossa possibilidades.

O Ministro Álvaro contrasta a sua notória dificuldade em dizer com a sua capacidade de decidir e fazer. Depois do acordo de Concertação Social espera-se uma revolução no sector dos transportes. Defendo o re-apostar no caminho de ferro, porque mais rápido e mais ecológico, não só no transporte de passageiros mas também de mercadorias. Necessária a reestruturação da CP e Refer por forma a conseguir preços competitivos.
O "barco" é enorme e os recursos diminutos mas com muita calma e descrição qb o super Ministro da Economia chegará a bom porto.

De salientar a necessária inflexibilidade de Vítor Gaspar, com bons resultados na negociação com o Dr. Alberto João Jardim e na solução justa dos pedidos de excepções para o corte dos subsídios. É assim que se ganha credibilidade e o respeito dos seus pares, nacionais e europeus. Já era tempo de deixarmos de ter o pior Ministro das Finanças da União.

Não se têm cansado os profetas da desgraça de tentar descredibilizar o governo e minorar os seus êxitos. Triste que algumas dessas vozes venham, como aliás já vem sendo hábito, de dentro do PSD. O pluralismo deveria ter limites, até porque alinhar pelo diapasão dos que não olham a meios na guerra contra o euro é para além de tudo um crime de lesa pátria que os portugueses não deixarão de julgar e punir. Nada garante que consigamos voltar aos mercados em 2013, mas se isso não depender de nós, porque até lá cumprimos tudo o acordado no memorando, teremos feito a nossa parte e teremos legitimidade para exigir que quem não fez o que lhe compete  se "chegue à frente".