Muito se tem falado ultimamente das alegadas ameaças do ministro Miguel Relvas ao jornal Público e a uma sua jornalista.
Lá vieram as "virgens" ofendidas do costume clamar a demissão do ministro num clamor tão hipócrita como suicida esquecendo a sabedoria popular que diz que "quem com ferros mata, com ferros morre"!
É sabido que também virou moda pôr os políticos na lama, e se lemos políticos na prateleira vir dizer que os políticos não têm moral, esquecendo a sua recente condição; mas aí cada um sabe de si e Deus sabe de todos, vemos todos os dias a comunicação social, não ameaçar, mas esparramar na praça publica a vida intima, económica ou profissional dos políticos, sem nenhum pudor e como se quando se aceita um cargo publico se assinasse um termo prescindindo do direito à privacidade e ao bom nome.
Mas os jornalistas também têm vida! Intima, económica e profissional e como são humanos, naturalmente terão também episódios de que não se podem orgulhar. Então porque diabo de lei ou principio hão-de ser em Portugal o equivalente às vacas sagradas da Índia, a quem não se pode tocar?
É óbvio que o correcto seria as pessoas terem consciência de que "quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras ao vizinho" e conseguissem separar as águas, mas salvo melhor opinião, os políticos têm o direito de usar as informações privilegiadas de que dispõem para se defender, do uso que os jornalistas fazem de informações, tantas vezes deportadas, para os atacarem.
Diz-se ainda que o ministro ameaçou processar o Publico, e o jornal não publicou, o que indicia que afinal ou a redacção ou a jornalista não estavam assim tão seguros da veracidade ou da legalidade do que pensavam publicar. Mas se publicassem e depois fossem julgados e condenados essa condenação não impediria o julgamento publico que a notícia originaria. Isso mais legitima a actuação do ministro que tem direito, goste-se ou não, a defender o seu bom nome e o seu governo.
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