Terminada a discussão do programa de Governo, chegou a hora deste governo, em quem tantos portugueses confiam, começar a mostrar o que vale.
Gostei das declarações de intenção, nomeadamente dos ministros da Economia e da Educação mas notei o que vai ser o "calcanhar de aquiles" deste governo. Sem traquejo político vai por vezes falhar a comunicação, o explicar às pessoas as medidas tomadas ou a tomar, o jeito, que se aprende, para nas declarações sobre assuntos de que não existe a informação toda, deixar janela para no outro dia dizer quase o contrário sem correr o risco de se contradizer. Miguel Relvas poderá dar aqui uma ajuda preciosa.
Nos próximos tempos vamos assistir ao arrumar da casa, mas não esperemos milagres " Roma e Pavia não se fizeram num dia" . O orçamento de estado para 2012 vai começar a ser preparado em Setembro/Outubro e como é óbvio vai continuar a ser muito restritivo.
Tenho esperança que já em 2012 se comecem a sentir os resultados de uma outra forma de fazer política. Recuso-me a acreditar que, depois das denúncias públicas que têm vindo a lume, Paulo Macedo não queira saber porque , dando só um pequenino exemplo, os hospitais compram mil agulhas e pagam 10€ a unidade, quando uma unidade da mesmíssima agulha comprada na farmácia custa 1€. Que o Álvaro, como gosta que o tratem, não vá saber o que se passa com a Estamo e o polvo que parece existir à volta da alienação do nosso Património. O dinheiro que se vai poupar pondo fim ao enriquecimento ilícito que gravita na orbita das compras, adjudicações e alienações do Estado, dará uma boa margem para cumprir com tranquilidade a execução orçamental e o acordo com os nossos parceiros europeus.
Espero também que este governo não se esqueça de olhar para trás para as falhas do passado, e tirar daí os necessários ensinamentos, que se lembrem e ouçam Costa Freire, o secretário de estado de Leonor Beleza, e percebam o que acontece a quem se mete com os grandes interesses instalados, porque como é óbvio, e à falta de melhor, quando o governo começar a mexer no saco, todos os "gatos" vão sair assanhados, e então vamos ver todos os dias, esparramado na 1ª página dos jornais que o ministro X matou um pintassilgo quando andava na primária e que o secretário Y se esqueceu de pagar a licença do cão. Aliás a cena já começou com o Secretário de Estado da Cultura, veio dizer que os subsídios vão ter em conta as receitas de bilheteira, alguém já deve estar assustado.
As leis, normas e procedimentos existentes não permitem fazer uma gestão tipo privada da coisa pública mesmo que isso implique gastar o dobro e deixar portas escancaradas para toda a espécie de roubos e falcatruas, por isso aos governantes pede-se coragem para mudar leis, declarar o estado de sítio se a isso forem obrigados, mas por Deus salvem Portugal.
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