Depois das férias começa a gritaria, o Governo começa a mexer e pelos vistos as férias não foram suficientes para os nossos ministros pararem para reflectir e começarem a corrigir alguns erros.
É certo que existe um calendário apertado, e tal como vaticinou o anterior ministro das finanças este governo não teve sequer tempo para se sentar, mas mesmo assim acho que podiam ter feito melhor.
É politicamente errado anunciar subidas de impostos todas as semanas. Só um anjinho o faz e começa-se a notar que politicamente falando alguns ministros só lhe faltam as asinhas!
Tem faltado explicações e justificações para a maioria das decisões, e a promessa de não se justificar com os erros do passado não pode ser levada ao fundamentalismo, pois isso é branquear o que em muitos casos não deve ser branqueado. Mais explicações precisam-se sobre as facturas não contabilizadas no Instituto do Desporto, isto para só dar um exemplo.
Prometeu-se que a correcção das contas publicas ia ser feita à custa de 1/3 de receita e 2/3 do lado da despesa. Já conhecemos donde vai vir a receita, quanto aos cortes na despesa só temos generalidades e meia dúzia de conferencias de imprensa a protelar para mais tarde a especificação desses cortes.
E quando se começa a anunciar, como foi o caso da saúde diz-se que se fazem transplantes de mais em Portugal, esquecendo que 10 anos de hemodiálise são incomparavelmente mais caros que o transplante de um rim, mesmo com todos os incentivos que se têm dado aos hospitais e às equipas de saúde. Que se fazem TAC's e análises a mais! Pergunto, será que se fazem exames auxiliares de diagnóstico a mais, ou debitam-se a mais? Em Coimbra correm "à boca pequena" estórias do carniceiro que entregava um camião de carne e debitava 3, de material cirúrgico debitado 1.000% acima do preço de mercado e o certo é que pelo menos um pequeno fornecedor local apresenta sinais exteriores de riqueza acima do normal. Pela amostra podemos imaginar os grandes! Quem já não foi ao hospital e viu deitar para o lixo sacos de compressas
esterilizadas novas? Não se pede que aproveitem as compressas, com a saúde não se brinca; mas não deveria existir mais que um tamanho de
embalagens de compressas? E espanto dos espantos sobre um maior controlo das contas dos hospitais e novas formas de abastecimento não ouvimos uma palavra do Dr. Paulo Macedo. Até parece que a culpa é dos doentes e acusar os médicos nos hospitais de despesistas acho que não será a melhor forma de resolver o problema. Crie mas é uma central de compras para os produtos de maior consumo, compre para todo o país, através de concursos internacionais transparentes e verá quanto poupa. E isso sim é poupança sem diminuir a qualidade do serviço.
Aumentaram-se os transportes, mas sobre a quantidade de administradores da REFER, da CARRIS e do METRO e as pornográficas mordomias que auferem nem uma palavra. Imagino que não passarão incólumes, mas é de anjinho não aproveitar para com uma mão lavar a outra!
É certo que quem dá uma olhada pelo Facebook, tem notado um aumento de apelos mais ou menos velados à violência nas ruas, tentando trazer para Portugal o que recentemente se passou noutros países, mas é mais uma vez de anjinho que o Primeiro Ministro se tenha referido a isso como o fez. É errado falar de fósforos quando começa a cheirar a gasolina! Estas coisas não se resolvem com palavras e seria mais correto já ter resolvido os problemas no SIS, que poderia dar uma ajuda no diagnóstico correto desse problema, se é que ele realmente existe e não são só palavras. E diz sabiamente o povo " para palavras loucas ouvidos moucos"!
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