Reduzir ou cortar no poder local
será uma forma de agir que, não só será difícil de explicar como, porque não
implicará reforma de mentalidades, resultará na deterioração dos serviços a
prestar aos cidadãos.
Sempre que o poder político se
tem metido nas chamadas reformas tem pensado primeiro no seu umbigo, isto é,
tem pensado na opinião dos barões, dos caciques e de outros lobbies, que sempre
que se fala em tocar nos seus sagrados interesses se apressam a correr para a
comunicação social anunciando o holocausto.
Tem-se esquecido os políticos que
quem vota é a maioria silenciosa dos cidadãos e não os barulhentos barões ou
caciques, que a iliteracia política da maioria dos portugueses é facto de há 30
anos atrás, pois à evolução colossal das tecnologias da comunicação
correspondeu uma consciencialização e formação da opinião dos portugueses,
tirando força a caciques e outros lobbies de interesses. Essa é uma das razões
porque continuam a fazer tanto barulho.
Qualquer reforma só resultará se
pensar primeiro nas pessoas. Independente de regionalismos ou clubismos
doentios, que são sempre mais publicidade enganosa de quem se consegue fazer
ouvir, que o sentir genuíno da maioria, se os cidadãos sentirem que se lhes
passou a prestar um melhor serviço, e que as reformas, devidamente explicadas,
lhes facilitam a vida, não só aceitarão, como recompensarão com a sua confiança
quem tiver a coragem de as levar à prática.
Só quem anda distraído ou defende
outros interesses que não os das populações, ainda não viu que o papel das
juntas de freguesia no quotidiano das pessoas é de tal forma irrisório que não
justifica de forma nenhuma o investimento. A maioria das juntas limita-se ao
trabalho administrativo de licenciar os canídeos e passar atestados de pseudo
pobreza ou residência e as outras prestam serviços da competência do município
ou de instituições de solidariedade social, para o que as juntas de freguesia,
não têm, nem devem ter vocação. Nem o papel de representação democrática das
populações é correctamente exercido, uma vez que a maioria dos presidentes de
junta obedece à disciplina partidária no grupo da Assembleia Municipal e quando
oposição à Câmara a sua voz tem menos efeito que o sermão de Santo António aos
peixes.
Tem a grande maioria das juntas
de freguesia, para alem de sede própria pelo menos um funcionário
administrativo e pelo menos um computador com ligação à internet. Assim, sem
grande investimento financeiro, a substituição das juntas de freguesias por um
organismo de apoio às populações, dependente do município, criado dentro do
conceito das lojas do cidadão, onde, para alem de funcionar como extensão da
secretaria municipal, através de protocolos com os CTT, a EDP, a PT e outras
empresas prestadores de serviços públicos, seriam prestados serviços que hoje
representam para a maioria dos portugueses, sobretudo os das zonas rurais e interiores,
um foco de dificuldades e perda de tempo, e representaria para as mesmas
populações um valor acrescentado, relativamente aos serviços hoje
disponibilizados pelas juntas de freguesia.
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