"Um
homem é tão mais respeitável quanto mais numerosas são as coisas
das quais se envergonha." (Shaw Bernard)
Muito
se fala da vergonha ou falta dela, da nossa classe política; mas
quase sempre como se os políticos tivessem vindo de Marte e não
fizessem parte integrante da nossa sociedade.
O
certo é que em quase todos os grupos, políticos ou sociais
deparamos todos os dias com gente que pela forma como se comporta,
como não respeita o espírito e o principio de solidariedade que são
o gene que diferencia um grupo de um bando, revela uma falta de
vergonha deprimente. E foi nesses grupos que os políticos formaram a
sua personalidade!
Por isto, como nos podemos admirar que quando
se sentem com algum “poder”, alguma importância, percam
completamente a vergonha, às vezes o pudor e façam as trapalhadas
que da simples Junta de Freguesia ao Gabinete do Primeiro Ministro
todos conhecemos ou ouvimos falar, apesar da grande maioria assobiar
para o lado e continuar a colocar nos lugares sempre os mesmos
desenvergonhados. Enquanto isso vamos escrevendo, a propósito, nas
redes sociais e blogues mais algumas sem-vergonhices!
Escrevia
hoje Maria João Avilez: - “Cai
mal dizer “bem” de Passos Coelho: os bem pensantes enervam-se e o
ar do tempo desaconselha. A má fé vigente tomará estas minhas
pobres palavras como um despropósito que destoa do coro dos
dias.”
Ao ler este texto; muito bem escrito
como nos habituou a autora, dei comigo a rever-me nele.
Na verdade
cai mal sentir vergonha em politica, denunciar as faltas de vergonha,
os “bem pensantes” enervam-se e criam-nos “anticorpos”
tratam-nos como um vírus, marginalizam-nos e têm a lata de escrever
“assim não vais a lado nenhum”!
Mas quem disse que eu queria
ir a algum lado? Acompanhado de gente que perde horas a tentar
justificar ou pior que isso que usa a chantagem, munidos de
importância que realmente não têm, para justificar ou branquear as
suas sem-vergonhices, a lado nenhum decerto.